Criatividade Física

O desenvolvimento cognitivo é um importante objeto de estudo da psicologia. Sua importância se estende a diversas áreas do conhecimento, como o desporto, que deve tomar como base o estágio cognitivo dos praticantes, com o intuito de assegurar melhores condições de aprendizagem desportiva. Para além desta perspectiva pode-se considerar o protagonismo do desenvolvimento cognitivo, em especial naquilo que diz respeito à criatividade, como um agente modificador das áreas de Educação Física e Desporto, ou seja, o papel do profissional destas áreas como responsável pelas transformações das mesmas.

Alguns estudos apresentam que há faixas etárias específicas na vida de um indivíduo em que o processo criativo é mais favorecido. Shenberg (1991) apresenta a constatação de que “Muitas evidências nos levam a crer que a capacidade criativa seja mais forte em um jovem do que em uma pessoa com mais de 30 anos. Quando o indivíduo chega aos 30 anos, entra numa faixa de criatividade menor do que a que tinha com 17, 18 ou 20 anos.”. Ainda em outros trabalhos acadêmicos encontram-se afirmações de que as idéias que causaram grande impacto à área a que pertencem, e que assim mudaram o rumo desta, surgiram de mentes jovens, cuja faixa etária condiz àquela afirmada por Shenberg. Este mesmo autor citou o curioso fato de a teoria da relatividade de Einstein ter começado a ganhar forma quando este tinha apenas 15 anos de idade.

Sendo assim, os apontamentos feitos até o momento nos motivam a pensar que enquanto estudantes somos capazes de realizar grandes feitos e contribuir para o desenvolvimento das áreas de Educação Física e Desporto, ou seja, através de nossa ampla capacidade criativa, nos encontramos na condição de potenciais agentes modificadores do nosso espaço de atuação.

O desenvolvimento cognitivo aplicado ao desporto

A relevância do estudo das características cognitivas de jovens é de fundamental importância não apenas para questões relativas ao desenvolvimento natural do indivíduo, mas também faz-se presente no âmbito do desporto.

A literatura contém alguns trabalhos que vão de encontro a esta idéia, que em última análise se preocupam em otimizar os trabalhos nas camadas jovens. O futebol é um exemplo típico. Com base nos estádios de desenvolvimento, alguns autores definem as diretrizes a serem tomadas de acordo com a faixa etária trabalhada.

Desta forma, Filgueira (2006), caracteriza a questão do ensino da tática da seguinte forma:

Treinamento Tático ao Nível de Idade:

Fraldinha (5-6-7 anos):

- não há posicionamentos definidos;

- noções básicas de espaços do campo (defesa, meio e ataque).

Dentinho (8-9-10 anos):

- posições específicas do futebol (forma de rodízio);

- reconhecer os espaços do campo.

Dente de Leite (11-12-13 anos):

- definir posições;

- fase inicial da preparação tática.

Desta forma, é necessário que o treinador seja conhecedor dos estádios pelos quais os indivíduos passam ao longo da vida, e que também seja capaz de oferecer estímulos corretos de modo a criar um ambiente propício para o melhor aproveitamento do jogador.

De gansos para crianças

Korenz, através da teoria do Imprinting, mostrou a articulação entre o meio e a hereditariedade na aquisição de comportamentos pelo animal. Em seus estudos, apresenta que os animais são geneticamente construídos para adquirirem informações específicas para sua sobrevivência. Pertence a ele o famoso estudo com filhotes de gansos que logo ao nascer aprenderam a seguir uma falsa mãe; e o mesmo estudo evidenciou "períodos críticos" na vida do animal, em que faz-se necessário um estímulo externo para que haja o desenvolvimento normal de determinadas habilidades.

Se transpormos esse conceito de período crítico para a aprendizagem motora em humanos podemos chegar à conclusão de que em determinados períodos infantis deve-se estimular a criança a variedades de habilidades motoras visando o aprendizado dito correto, a fim de que ela possa utilizá-lo adequadamente em um momento de maior maturidade, quando da escolha de uma modalidade esportiva para praticar. Caso contrário, após o período crítico, as condições de aprendizado podem ser menos favoráveis, ainda que, talvez, não totalmente inviáveis.

Assim, diante dessa breve reflexão, e em especial em dias em que os hábitos diários infantis tendem à inatividade física, podemos notar a relevância do estímulo motor em crianças, e que pertence ao papel do profissional de educação física, para que elas obtenham êxito e possam desfrutar da prática de modalidades esportivas no futuro.

Revisando Kohlberg!

Kohlberg considera essencial compreender a estrutura do pensamento frente aos problemas de carácter moral. Em suas investigações não se centra nos valores específicos senão nos pensamentos morais, isto é, nas razões que têm as pessoas para eleger uma ou outra acção. São os aspectos formais do pensamento moral os que interessam a Kohlberg.

Na generalidade, as pessoas seguem esquemas universais de pensamento e, vinculados à própria psicológica, evoluímos de esquemas mais infantis e egocentricos à esquemas mais maduros e altruístas.

Níveis e Estádios

Nível pre- convencional ou Pre-moral

O nível Preconvencional é um nível no qual as normas são uma realidade externa que se respeitam só atendendo as consequências (prêmio, castigo) ou o poder de quem as estabelecem.

Estádio 1 Moralidade Heteronoma

O estádio no qual se respeitam as normas por obediência e por medo ao castigo. Não há autonomia senão heteronomía: agentes externos determinam as ações. É o estádio próprio da infância, mas há adultos que seguem toda sua vida neste estádio.

Ex: quando o pai ameaça a sua filha, dizendo a ela que se não fizer a atividade será castigada.

Estádio 2 Individualismo,proposito e troca instrumental

O indivíduo tem por objetivo fazer aquilo que satisfaz seus interesses, considerando correto que os outros também prestigiem os seus. Tem uma orientacao egoísta.

Nível convencional

Neste nível, as pessoas vivem identificadas com o grupo; o indivíduo quer responder favoravelmente às expectativas dos outros.

Estádio 3 Expectativas e relações interpessoais mútuas e conformidade interpessoal

Neste estádio as expectativas dos que nos rodeiam ocupam o posto do medo ao castigo e dos próprios interesses. O que nos move é o desejo de agradar, de ser aceitados e queridos. O desejo de ser boa pessoa.

Ex: quando os amigos dizem para realizar algo que eles fazem para ser de seu grupo de amigos

Estádio 4 Sistema social e consciència

É o estádio no qual o indivíduo é leal com as instituições sociais vigentes; para ele, fazer o correto é cumprir as normas socialmente estabelecidas para proporcionar um bem comum. Aqui começa a autonomia moral: cumprem-se as normas por responsabilidade.

Ex: em relacao a pratica do aborto, pensaria que a vida do menino dependeria da autoridade da mãe e do pensamento de Deus dentro da religião cristã.

Nível pós-convencional

É o nível de entendimento e aceitação dos princípios morais gerais que inspiram as normas.

Estádio 5 contrato social

É o estádio da abertura ao mundo. Reconhece-se que além da própria família, grupo e país, todos os seres humanos tem o direito à vida e à liberdade

Estádio 6 principios éticos universais

Toma-se consciência que há princípios éticos universais que se tem de seguir, havendo prioridade sobre as obrigações legais e institucionais.

Ex: em relacao a pratica do aborto, pensaría que o menino deveria viver, porque todos temos direito à vida

Por dentro do Complexo de Édipo

O Complexo de Edipo é caracterizado por sentimentos derivados da vinculacão erótica do menino com a mãe. Para Freud o complexo de Edipo é uma etapa fundamental no desenvolvimento psicosexual do menino e postulou sua ocorrencia entre os 2 e os 5 anos de idade , quando os meninos experimentam intensos sentimentos de amor e ódio, que desaparecem a partir do momento que há a identificação com o pai e o consequente aprendizado da repressão de seus instintos sexuais. O indivíduo que fica fixado nesta etapa do desenvolvimento libidinal, ou em qualquer das outras etapas assinaladas por Freud, como a oral, anal, latente, pode experimentar problemas em sua vida adulta devido à falta de gratificação de suas necessidades. Freud indicou que o Complexo de Edipo constitui o complexo nuclear das neuroses, e que a tarefa terapêutica do psicanalista consiste em tranalhar o amor à mãe e o ódio ao pai, de maneira que o sujeito possa encontrar substitutos socialmente aceitaveis de sua mãe e assim reconciliarse com seu pai. Freud considerava que esta mesma estrutura de relação, invertida (o amor ao pai e o ódio à mãe), constituía o complexo de Edipo feminino, denominado também como o Complexo de Electra.

O complexo de Edipo é a representação inconsciente através da que se expressa o desejo sexual ou amoroso do menino. Freud descreve duas manifestações diferentes do conflito edípico:

-Complexo de Edipo positivo: ódio ou rivalidade para o progenitor do mesmo sexo e atração sexual para o progenitor do sexo oposto.

-Complexo de Edipo negativo: amor para o progenitor do mesmo sexo, bem como rivalidade e rejeição para o progenitor do sexo oposto

O Complexo de Edipo desempenha um papel fundamental na estructuracão da personalidade e na orientação do desejo humano.

Freud afirma que esta tendência é Universal e independente da cultura e organização familiar.

Você pode encontrar vestigios do complexo de Édipo na literatura, particularmente nas aclamadas obras: Hamlet, de Shakespeare, e Édipo Rei, de Sófocles.